Rastreabilidade e segurança alimentar: como os sistemas de identificação e monitoramento são tecnologias aliadas para conquistar a confiança dos consumidores
Rastreabilidade e segurança alimentar como os sistemas de identificação e monitoramento são tecnologias aliadas para conquistar a confiança dos consumidores.
Os consumidores estão cada vez mais exigentes com a qualidade dos alimentos que consomem. Para eles, saber a procedência do que está no prato é primordial. No entanto, este tipo de informação só é possível com a implantação de solução de rastreabilidade em toda a cadeia de alimentos. Para a indústria de carne bovina e leiteira, o monitoramento e a identificação dos animais são um bom começo para que se possa conquistar a confiança dos consumidores.
O conceito de farm-to-fork (da fazenda até o garfo) vem para mostrar ao consumidor a história da jornada que a comida levou para alcançar seu prato. Mas não é algo tão simples assim. Isso ocorre porque na agricultura – e mais ainda na indústria pecuária – há muitas etapas a serem seguidas ao longo do caminho.
Por exemplo: o sistema de monitoramento animal, que fornece informações precisas sobre a saúde do rebanho e o bem-estar de uma vaca na fazenda, é apenas parte do processo. Para que os consumidores obtenham confiança nos alimentos que comem, eles precisam de dados concretos confiáveis de toda a cadeia, comunicados a eles de maneira clara.
Por que a rastreabilidade da carne bovina é importante?
Embora a rastreabilidade seja relevante para todos os produtos alimentícios, a demanda e a complexidade são particularmente altas quando se trata de produtos à base de carne. A cadeia da carne bovina é muito longa, com muitos elos diferentes e, sem o compartilhamento de dados, ninguém pode ter certeza do que aconteceu exatamente na etapa anterior.
Por exemplo, a carne bovina é uma das que frequentemente são vendidas com promessa de certificação. No entanto, atualmente só se pode ter garantia em produtos premium certificados. O açougueiro até pode até garantir ao consumidor que uma picanha de Wagyu, por exemplo, seja realmente o que ele está vendendo. Mas se não houver a rastreabilidade é impossível saber a procedência, se veio da província de Hyogo, no Japão, e se aquele corte foi produzido de acordo com as regras da carne Kobe. Até mesmo o fornecedor de quem o açougueiro comprou a carne provavelmente não sabe ao certo a origem, pois não há provas claras das etapas ao longo do caminho até o produto chegar ao consumido final.
O objetivo principal é criar um cenário que permita ao vendedor de carne provar a rastreabilidade dos alimentos. Ou seja, esse pedaço de carne é 100% garantido como carne Kobe. Além de dar credibilidade ao açougueiro, essa solução também daria aos consumidores uma sensação de controle.
O outro incentivo de uma solução de rastreabilidade baseada em dados é a segurança alimentar. Por exemplo, se carne ruim for encontrada em uma loja é crucial rastrear de onde veio e, assim, identificar quais produtos de carne específicos provavelmente também serão afetados. Mais do que uma consideração hipotética, isso já ocorreu várias vezes, como a epidemia de peste suína na China, que levou à destruição generalizada de estoques, e o escândalo da carne de cavalo vendida como bovina, em 2012.
Esforços para a construção da confiança na rastreabilidade
A Allflex possui várias soluções para ajudar nos esforços de rastreabilidade e no processo de construção de confiança com os consumidores. O exemplo principal são os brincos de identificação visual, que são à prova de violações e podem ter os números impressos personalizáveis. Um passo adiante, os brincos de identificação eletrônicos adicionam mais possibilidades de rastreabilidade.
Qualquer sistema de identificação pode ser aprimorado por amostragem ou monitoramento de tecidos. Por exemplo, a Unidade de Amostra de Tecido Allflex (TSU) e Etiquetas de Amostra de Tecido (TST) permitem que qualquer trabalhador da fazenda colete amostras de tecido limpas exclusivas de todos os animais, incluindo bovinos, ovinos, suínos e até mesmo peixes. A amostra de DNA fornecida pode ser usada para indicar o status de saúde do animal, a verificação dos pais ou ainda seleção genética.
Outro tipo de solução são os leitores conectados. Como as soluções Allflex já possuem a tecnologia da identificação eletrônica, a instalação de leitores em muitos locais diferentes torna possível relatar todos os eventos. Essa ferramenta fornece informações sobre tudo o que acontece com um animal ao longo de sua vida. Por exemplo, um leitor em um caminhão informa que uma vaca específica é embarcada ou desembarcada. Ou ainda, é possível escanear uma vaca quando ela receber medicamentos para que o produtor possa saber quando o leite poderá ser aproveitado novamente.
Já no cenário de uma carne ruim, com os dados completos do ciclo de vida, é possível saber em qual fazenda o animal doente foi criado, por qual frigorífico foi comprado e abatido, em que fábrica de embalagem a carne foi enviada e em quais caminhões viajou, além de todo o caminho até o supermercado ou restaurante. Munidos com essas informações, é possível fazer um “recall do abate”, separando apenas os lotes que tiveram contato ou passaram pelos mesmos pontos com o animal doente, ao invés de ter que descartar toda a carne ou um rebanho inteiro.
Um bom exemplo de como o monitoramento da saúde das vacas pode aumentar a confiança do consumidor é a nossa parceria com a Nestlé. Ao monitorar os animais 24 horas por dia, sete dias por semana com Allflex SenseHub, a Nestlé agora pode fornecer aos consumidores informações sobre o bem-estar dos animais de forma digital e baseada na ciência. Por sua vez, isso prova para os consumidores que sua comida é proveniente de animais bem cuidados, e é exatamente isso que eles querem saber.
Iniciativas inovadoras no mundo
Já existem várias iniciativas de farm-to-fork em andamento no mundo. A maioria está em escala local, mas fornece uma boa ideia do que pode ser feito.
Na Austrália, por exemplo, a Provenir – produtora de carne – fornece uma unidade móvel de processamento que vai até as fazendas parceiras, abate no local e entrega a carne diretamente à revenda. Além de reduzir o sofrimento dos animais durante o transporte, garante que a fonte da carne seja conhecida.
Da mesma forma, no setor de laticínios, a Lely, parceira da Allflex, lançou um sistema de processamento de laticínios na fazenda que permite que o leite seja pasteurizado e engarrafado ali mesmo. O sistema automatizado oferece aos produtores mais controle, reduzindo mão de obra e custos. Enquanto isso, os consumidores recebem um leite de qualidade e produzido de maneira sustentável.
O sistema de monitoramento é um alicerce para um futuro sustentável
O objetivo final da rastreabilidade é melhorar a confiança e garantir um futuro mais sustentável para os produtores, frigoríficos e consumidores. Mas, para chegar lá é preciso tecnologia.
As soluções inovadoras de rastreabilidade em toda a cadeia de alimentos – que passam pelos sistemas de monitoramento, identificação eletrônica até o scanner de QR Code no supermercado – permitirão melhor controle, segurança alimentar, eficiência regulatória e, finalmente, uma indústria melhor equipada, pronta para os crescentes desafios no futuro.
Com as tecnologias da Allflex, tudo isso já está em andamento.
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